Entrevista

Por Arleni Batista Jornalista e Radialista /Denise Kosta: Fotografia

Kadosh Olive(Ativista dos Direitos Humanos e Produtor Cultural), Marcelo Campos (Curador- Chefe do Museu de Arte do Rio), Heloisa Buarque de Hollanda (Professora da UFRJ, Letras na PUC-RJ, Socióloga de Cultura na Universidade da Colúmbia em Nova York e Coordenadora da UQ), Arleni Batista (Jornalista, Radialista, escritora, Gestora Pública e Agente Cultural, Presidente da Rádio Encontro Marcado Com A Cultura). 

Universidade da Quebrada

 Mar-Museu de Arte do Rio 

1 – Quando aconteceu a ideia de criar a Universidade da Quebrada e qual o motivo maior?

A ideia surgiu durante meu trabalho de pesquisa sobre cultura das periferias iniciado nos anos 1990. Meu contato com os intelectuais, artistas e ativistas que encontrei nas favelas e nas periferias, me mostraram a riqueza de suas

formulações e universo simbólico. Passei então a considerar uma troca de saberes com minhas próprias pesquisas e, em seguida, com a produção de conhecimento acadêmica em geral. Entendi, na época, o benefício de ambas as partes (comunidades e academia) se articulássemos uma metodologia de troca de saberes, passo inicial deste projeto.

2- Qual o quantitativo dos alunos que passaram pela UQ?

Mais de 900 artistas, ativistas e produtores culturais passaram pelo UQ.

3 - A UQ é um espaço de transformação do estigma da exclusão. No futuro existe a ideia de expansão para outros estados, territórios?

Sim. Desde o começo pensamos nisso. Um piloto dessa expansão já está em curso, com a Universidade Federal do Rio grande do Norte, desde 2019 com expressivo resultado.

4 –Todas as rodas de conversas as UQ são gravadas e tem um material rico de informações, dados importantes que afetam a maioria de nossa população. Podemos no futuro contar com a divulgação desse material?

Desde o começo temos o registro de nossas atividades e palestras. No momento, estamos fazendo um novo site para a UQ, estudando, exatamente, não apenas na melhor maneira de abrigar esse acervo, mas, sobretudo, como multiplicar seu impacto.

5 – Como você vê o movimento cultural nas periferias?

Vejo como a cultura do século XXI. Hibrida, pop e expressando a diversidade, ponto central do ethos deste novo século.